quinta-feira, 24 de maio de 2018

Não se come ouro nem papel


Nesta foto meu pai não aparece pois minha "nonna" com 45 anos, estava gravida dele.
A atual crise desencadeada com a greve dos caminhoneiros me fez lembrar de uma historia de meu pai.
 Ele era filho de camponês. Meu avo plantava sua “rocinha” e criava vacas, galinhas e porcos.
Com isso ele fazia queijo, manteiga, salame e compotas. Uma boa parte da sua produção era usada em casa para alimentar a família e o excedente ele vendia nas feiras em Sondrio.
 Meu pai contava que para ele era um tormento acompanhar meu avô nestes dias de feira, pois ele detestava ver a atitude de alguns clientes que provavam os produtos várias vezes e sempre criticavam: uns diziam que estava muito salgado, outros diziam que estava sem sal e para esta “degustação” eles usavam a unha para arranhar a manteiga para poder experimentar... Ele odiava.
 Veio à guerra. 
A escassez chegou às cidades e ele viu esses mesmo clientes baterem a sua porta implorando por umas gramas de manteiga salgada, ou sem sal, fresca ou rançosa.
 Meu pai usava esta historia para nos ensinar que por mais rico que um dia poderemos ser deve se valorizar o agricultor, aquele que planta, colhe e cria, pois não se come ouro nem papel.
 Lembrei-me desta historia, pois com essa greve estamos vendo o pavor que as pessoas das grandes cidades ficam com a falta de abastecimento... 
 Do que adianta ter o dinheiro se não tem comida?
 Do jeito que a coisa esta nem mesmo o “aeroporto” é a porta de saída, pois falta gasolina...
 Só lembrei-me dele... 
 Só quis compartilhar.
 (A propósito. Ele nunca quis ser camponês. Veio para o Brasil e aqui começou a vida como motorista de caminhão)


Meu pai durante a segunda Guerra Mundial - Ele é o segundo da esquerda para a direita. 




Porque Coelhos e Ovos São Símbolos da Páscoa?

            ( Por: Dóris Bonini) Existem muitas explicações sobre "ovos" e "coelhos" como símbolos da Páscoa mas,  para ...