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Nesta foto meu pai não aparece pois minha "nonna" com 45 anos, estava gravida dele. |
A atual crise desencadeada com a greve dos caminhoneiros me fez
lembrar de uma historia de meu pai.
Ele era filho de camponês. Meu avo plantava sua “rocinha” e criava
vacas, galinhas e porcos.
Com isso ele fazia queijo, manteiga, salame e compotas. Uma boa
parte da sua produção era usada em casa para alimentar a família e o excedente
ele vendia nas feiras em Sondrio.
Meu pai contava que para ele era um tormento acompanhar meu avô
nestes dias de feira, pois ele detestava ver a atitude de alguns clientes que
provavam os produtos várias vezes e sempre criticavam: uns diziam que estava
muito salgado, outros diziam que estava sem sal e para esta “degustação” eles
usavam a unha para arranhar a manteiga para poder experimentar... Ele odiava.
Veio à guerra.
A escassez chegou às cidades e ele viu esses mesmo clientes
baterem a sua porta implorando por umas gramas de manteiga salgada, ou sem sal,
fresca ou rançosa.
Meu pai usava esta historia para nos ensinar que por mais rico que
um dia poderemos ser deve se valorizar o agricultor, aquele que planta, colhe e
cria, pois não se come ouro nem papel.
Lembrei-me desta historia, pois com essa greve estamos vendo o
pavor que as pessoas das grandes cidades ficam com a falta de
abastecimento...
Do que adianta ter o dinheiro se não tem comida?
Do jeito que a coisa esta nem mesmo o “aeroporto” é a porta de
saída, pois falta gasolina...
Só lembrei-me dele...
Só quis compartilhar.
(A propósito. Ele nunca quis ser camponês.
Veio para o Brasil e aqui começou a vida como motorista de caminhão)