Eram trajes de trabalho com aventais que protegiam as roupas do dia a dia.
quinta-feira, 13 de dezembro de 2018
Luigi Zamboni - Um Heroi Italiano
Esta
não é uma postagem da família, mas como compartilhamos o mesmo sobrenome
resolvi postar algo sobre Luigi Zamboni e a bandeira italiana.
Ele foi um dos primeiros mártires em nome da
unificação italiana e, segundo alguns historiadores ele foi o criador da bandeira
italiana e suas cores.
Foi encontrado morto no cárcere. Alguns dizem que
foi executado a mando de alguém, outros, que se enforcou.
Tinha 23 anos.
Sua casa pode ser vista em Bologna na Via Strazzacappe.
terça-feira, 23 de outubro de 2018
O Noivado Rompido
Carolina percorria assustada a distancia entre a casa de seus pais
e a de seu irmão. Olhava para os lados a procura de algum perigo. Temia que algum
índio da região pudesse estar por ai escondido no mato ou temia algo pior!
Ele havia dito que a mataria!
Que ela não escaparia! Que se não se casasse com ele, não casaria
com outro.
Apesar do medo sentou se numa pedra pois o calor estava
insuportável. Era um daqueles dias de
calor úmido que sufocava. O suor encharcava suas roupas e as gotas caiam sobre
a sua face e a vontade era de gritar ou chorar; isto se tivesse força ou
escolha, mas não podia se dar a esses tipos de “luxo”. Era filha de imigrantes
que desbravaram aquelas terras do Caminho dos Tiroleses. Seus nonos e tambem
seus pais tiveram que derrubar a vegetação, domesticar aquela terra paludosa,
plantar sementes, e lutar contra os indios que eram os donos da terra.
Recostou numa pedra que brotava do chão e que estava causticante
de tão quente. No mesmo instante arrependeu-se se da escolha, mas não tinhas
forças para continuar. O medo, o calor, as recordações a fizeram estancar!
As recordações...
Fechou os olhos e reviu em sua mente as cenas que a acompanhavam
desde que Bepe havia incendiado seu lindo enxoval.
Lembrou então do tempo perdido na feitura do enxoval que há anos
era seu balsamo. Tomara seu pouco tempo disponível e preenchera seus dias. Ela costumava
se distrair do trabalho estafante nas roças pensando em qual tecido comprar, qual motivo
bordar, que cores usar. O tempo passado
a bordar, enfiando o fio das linhas em agulhas para bordar e rebordar nos
tecidos. Era neste tecido que bordou muito dos seus sonhos e de moça de 17
anos... (1)
Seu sonho era a continuação do sonho de seus pais que imigraram da
Itália para o Brasil em busca de uma vida mais tranquila, mais digna, mais
livre, mais justa pois no tempo que seus pais imigraram para o Brasil, a situação
politica e econômica na Itália não andava muito boa... Guerras, pobreza e a
igreja...
- La
chiesa... Ora mai sempre a decidere la nostra vitta!
Mas eram
catolicos. Seguiam tudo o que o padre mandava...
O olhar de Carolina vai para o rio que passa ali perto e ao longe
vê a terra revolvida para receber as
semente de arroz onde trabalham homens e mulheres. O sol brilha na água que
escorre mansa no seu curso e o cheiro forte das flores dos aguapés deixa um forte
aroma doce no ar. Ela fecha e abre os olhos e dando um longo suspiro chega a
coragem para seguir adiante.
De repente um presente. Sob o sol quente uma brisa ligeira, fresca
bate em seu rosto e novamente ela para a caminhada para poder respirar. Respira e sente com mais intensidade o perfume
das flores e do mato e começa a se sentir mais confiante quando ouve ao longe
um barulho, um trote veloz, um cavalo! Como se tivesse sido atingida por um relâmpago
o medo toma conta novamente de seus pensamentos. Sentimentos misturados: medo,
pavor, esperança que não seja Bepe e sim um de seus irmãos que chega para a
proteger...
O barulho se aproximava e ela sente as pernas tremerem quando vê um homem montado num cavalo tordilho se
aproximando. É ele! São aqueles olhos, aqueles lindos olhos que a fazem
sonhar... Olhos que parecem um sol dourado, brilhante, navegavando entre torres
negras de cílios e a pele queimada de sol, do trabalho no campo.
Soltou então
um suspiro de resignação, rendição! Seria o fim ? Ele iria mesmo mata la ?
E tirando
forças do proprio medo pergunta ao
cavaleiro que chegou:
- E Adesso
cosa voi far ? Vero che avrai il coraggio di amassar-mi ?
- No, Carolina,
non lo faro. Respondeu ele.
- Non ti
amasso! Non ho il coraggio per fare chesto. Sono rimasto tutta la note a
rivolvere in letto. Non sapevo cosa fare. Lo só che tu non sei la risponsabilie
per chesto mas si quelli padri maledetti. La sola ocupazione che hanno é vedere
roba bruta per tutti i posti e tengono in mano la nostra vitta!
Ma te lo
dico ancora una volta: io ho avuto niente con quelli done. Sono stato a
lavorare tutta la domenica. Quegli doni sono state a casa per via di Aldo e Giovanni. Io nemiga ero
a cá e é per chesto che sono rivoltato... Io non posso essere culpavele per havere
amici cosi... Il tuo padre nemiga ha voluto parlare con mé. Ero dietro a lavorare in casa dei miei padroni.
Suo padre Ha soltanto ascoltado le ordine del Frei che a detto che figlia di
Fiamoncini non si sposa con un uomono che porta putane a casa... Eravamo
fidanzati... Eravamo per spozarci... e adesso i nostri sogni sono cenere
davanti alla sua finestra... Ehh... ho fatt una bell FUOCO...
Carolina pensou em falar algo, mas ele soltava as palavras sem
interrupção. Não estava furioso como na noite anterior e resolveu que era
melhor não interromper aquela enxurrada de palavras que brotavam como um rio
desembestado fora de seu leito. As palavras saiam de sua boca de forma bruta e
vinham acompanhadas de caretas, gestos e um olhar fixo no seu!
Ele
continuou...
- Sente
Carolina... Io me ne vado... Vado via.... Per sempre... Non ritorno piu in
chesta terra... ma te lo giuro... non mi spozero mái...mái... non hai bisogna
di paura... ma tu non mi vedi piu...
Ao terminar seu desabafo Bepe tinha os olhos mais úmidos...
Carolina olhou para ele e viu que nada mais podia ser dito ou falado. Estava
ali no meio do caminho, entre sua casa e a casa de seu irmão... Se acaso um de
seus irmãos chegasse e a vissem conversando com Bepe uma tragédia poderia
acontecer e, além disso, continuava com medo de que algum índio aparecesse...
Bepe virou o cavalo e ela o seguiu com o olhar... O sol a impediu de ver seu
rosto, o que via era uma sombra delineada pela claridade ofuscante do sol que
se distanciava...
Um homem sobre um cavalo que partia para nunca mais voltar.
Carolina preocupada retomou o seu caminho. Mentalmente reviu a
cena da noite quando Bepe chegou em sua
casa e soube da decisão de seus pais.
Bepe em uma pensão que ficava bem em frente à igreja da cidade.
Ele morava com tres amigos, era uma “republica de jovens”. No domingo anterior ficara o dia inteiro na
fazenda de seus patrões a trabalhar. Seus amigos convidaram algumas mulheres de
fora. Mulheres sem família... Mulheres de vida fácil... Putane... O padre da
cidade ao terminar a missa e passando em frente à casa viu a bagunça que eles faziam
e não gostou nada do fato... Foi logo contar para Vitoria e Giovanni.
A verdade porem pode ter sido um pouco diferente do que a Nona
Carolina me relatou. O motivo do rompimento não deve ter sido somente a presença
de mulheres na pensão com os amigos de Bepe, mas sim outro fato agravado com o que aconteceu em Rio dos Cedros: um atentado a
casa paroquial.
É fato que todos andavam muito tensos na região com o que havia acontecido
em Rio dos Cedros quando alguns “Anarquistas” explodiram a casa paroquial.
No dia 29 de abril, na noite de sábado para domingo, lá “Pelas 11
horas da noite, quando todos os moradores da casa haviam se deitado, explodiu a
bomba, que fora detonada por meio de um pavio... O assoalho do quarto foi
arrancado e a cama, na qual o padre Modestino dormia, foi arremessada até o
teto. No quarto ao lado dormia Frei Policarpo, superior do Convento de Rodeio
que havia vindo ao Rio dos Cedros para auxiliar o pároco”, pois no domingo
estava marcada a primeira comunhão de cerca de 180 crianças.
A verdade é que já faziam alguns anos que a região estava atormentada.
Desde 1895 quando Giovanni Rossi (Cardias), líder comunista havia morado em Rio
dos Cedros diziam que muitos imigrantes haviam sido totalmente descristianizados
por ele... Entre eles estaria o Carlos Dorigatti, Andrea Largura e o Lensi e
outros mais do Caminho dos Tiroleses. Eram partidários do amor livre, do
aborto, enfim, de tudo o que a Igreja combatia.
Frei Policarpo Schuhen, o superior do convento de Rodeio, era um
homem severo e exigente. Para alguns era um anjo na terra, um homem de bondade.
Rustico, precipitado, mas extremamente zeloso como vigário da Paroquia de
Rodeio. Sempre preocupado com a vida espiritual da cidade e em como encaminhar
aquelas almas para o “camino di Dio”. Não queria que esses seus fiéis se
deixassem levar pela bebida após um dia de trabalho tenebroso... Ou pior serem infiéis.
E ele frequentava com assiduidade a casa
dos pais de Carolina; Giovanni e Vitoria, todos vindos da região de Trento em 1875.
E foi ele, Frei Policarpo que determinou que Carolina não devia se
casar com Bepe! Giovanni ( Nono Titi) e Vitoria obedeceram... Carolina também.
Quando Bepe soube da decisão, veio enfurecido. Recolheu alguns
moveis que havia comprado, entrou em casa e tirou o enxoval que ela estava
preparando e pôs fogo em tudo, bem de frente a janela de Carolina.
Dentro da casa Carolina olhava e chorava. Viu seus sonhos se
transformarem em cinzas, foram embora com a fumaça...
Carolina com seus 17 anos ainda não podia saber mas poucos anos se
passariam e ela se casaria com um grande amigo da família: o viúvo Marcelo
Moser e teria muitos filhos. Somente iria rever Bepe novamente muitos anos mais
tarde. Já viúva, idosa, voltando de uma viagem que faria para visitar sua filha
Miriam em Juiz de Fora. Ao pegar o ônibus em Blumenau com destino a Rodeio um
senhor idoso se sentara ao seu lado e eles se reconhecerão...
![]() |
Carolina, Nona Vitoria e Rosa (Esq para Direita) |
Terão então uma breve conversa.
- Sei tu Carolina ?
- Si Bepe sono io !
Então ele com os olhos embaçados da idade e umidos da emoção, lhe dirá que estava voltando para rever o
local onde passou uma parte da sua juventude. Dirá também que viveu junto a uma
mulher mas não se casou e nem teve filhos.
O pequeno trajeto não dará muito tempo para conversarem ( Talvez o
trajeto tenha sido Timbo/Ascurra). E se despedirão...
Haverão passados 58 anos...
(1)
– Muitos, muitos anos depois, já em seu leito de morte Carolina
receberia a visita de uma neta, Cátia, com também 18 anos e lhe diria: Eu também já tive 18 anos... Como passou
depressa.
(2) - Em 29 04 1911 ocorreu um atentado com bomba de dinamite em Rio dos Cedros. Segundo a historia um tal de Emembergo Pellizzetti teria colocado a bomba na casa paroquial sob o quarto onde dormiam Frei Modestino e Frei Policarpo (de Rodeio) para impedi los de realizarem a primeira comunhao de 180 crianças.
(2) - Em 29 04 1911 ocorreu um atentado com bomba de dinamite em Rio dos Cedros. Segundo a historia um tal de Emembergo Pellizzetti teria colocado a bomba na casa paroquial sob o quarto onde dormiam Frei Modestino e Frei Policarpo (de Rodeio) para impedi los de realizarem a primeira comunhao de 180 crianças.
FATO HISTORICO
A historia acima é um pouco da verdade por
ela mesmo me contada. Um pouco de romance e uma pesquisa cruzando as datas dos
fatos acontecidos.
Nona Carolina me contou que estava noiva de
um rapaz que não lembro o nome e aqui na historia coloquei como Bepe. Mamãe e
Tia Cema dizem que pode ser um tal de: Trevizani que não morava em Rodeio. (David
Trevizani. Era de Rio do Sul ou Rio do Oeste).
A Nona havia contado esse fato há poucas pessoas. Na realidade a própria
tia Cema me contou que só soube do caso depois que ela (Nona) me contou.
Segundo a Nona ela tinha quase 18
anos quando estava noiva e teve o noivado rompido porque o padre da cidade
havia estado na sua casa e falado com seus pais que ela não poderia se casar
com o noivo, pois o mesmo andava em más companhias. Eu perguntei a nona e ela
me disse que deve ter sido por causa das mulheres que iam visitar os amigos na
pensão.
Ela me contou que ele realmente
chegou à frente da janela e gritando a chamou para em seguida colocar fogo em
alguns pertences dos dois.
Também disse que um dia a partir
desse dia ficou sendo vigiada pela família a fim de não encontra-lo e um dia
indo levar o almoço para os irmãos, ela parou no meio do caminho para descansar
e sentou numa pedra. Enquanto descansava viu surgir o ex-noivo que disse para
ela que ia embora e que nunca mais se casaria.
O ex-noivo trabalhava numa
fazenda perto ou em Rodeio.
Nunca mais teve noticias dele até
no dia que retornando de uma viagem a Juiz de Fora para nos visitar ela vê um
senhor idoso sentado ao lado dela. Era ele. Eles se reconheceram e tiveram a
conversa que relato acima.
O atentado a casa paroquial
aconteceu e foi exatamente quando ela tinha 17 anos. Acredito que este tenha
sido o fato que motivou o rompimento do noivado.
(2)
– Muitos, muitos anos depois, já em seu leito de morte Carolina
receberia a visita de uma neta, Cátia, com também 18 anos e lhe diria: Eu também já tive 18 anos... Como passou
depressa.
Bibliografia:
![]() |
Familia Viuva Carolina Margarida Fiamoncini Moser - Decada 1950 |
![]() |
Carolina M. Fiamoncini Moser - Decada 1970 Na casa da Tia Cema |
sexta-feira, 21 de setembro de 2018
Honorato F. ou Fra Benedetto
Irmão da Nona Carolina.
Foi para Salvador - Bahia, no convento dos Franciscano para se tornar padre.
Foi para Salvador - Bahia, no convento dos Franciscano para se tornar padre.
Diziam que ele tinha uma grande vontade
de se tornar padre.
Nasceu em Rodeio em 25/10/1896 e morreu
de febre amarela em 04/1919 - Salvador – Bahia.
Está enterrado no cemitério da Ordem do
Franciscano na Bahia.
Fra Benedetto morreu aos 23 anos e
contam que sua mãe, a Nona Vitória teve um pressentimento na noite que ele
morreu.
Naquele tempo as pessoas não
tinham banheiros dentro de casa e durante a noite eram obrigadas a
fazer suas necessidades em “pinicos" o que deixava o quarto com um
cheiro nada agradável.
Nona Vitória acordou durante
a noite para esvaziar pinico, jogando seu conteúdo no córrego que passava bem
ao lado da casa, dentro do quintal. Ao sair teve uma visão de um padre que
andava, se equilibrando em cima da cerca.
Assustada voltou para dentro
de casa e preocupada contou o fato ao Nono Titi (Giovanni Batista Fiamoncini) e
temerosa falou:
- Acho que aconteceu algo ao
nosso filho!
Na época a comunicação se dava de
forma mais lenta. As noticias não chegavam na velocidade de hoje. Foi assim que
alguns dias depois de ter tido essa "visão", nona Vitoria recebeu uma
carta enviada por Dom Eduardo Herberhold, Ministro Provincial dos Franciscanos
avisando da morte de Fra Benedetto, ou seja, Honorato.
Abaixo a carta que a família recebeu relatando
a morte de Fra Benedetto.
“PROVINCIALADO
DOS PADRES FRANCISCANOS
BAHIA
– BRASIL
Bahia,
21 abril 1919
Paz
benção e consolação em Nosso Senhor Jesus Cristo.
Como
já sabeis por um telegrama, aprouve a Deus chamar para o céu sem ninguém
esperar o vosso santo filho, nosso mui amado Frei Benedicto. Chorei e como uma
criança que perde a mãe porque não quis por na (?) perder o meu Frei Benedicto.
Fizemos promessas sobre promessas, fomos de altar em altar para pedir de braços
abertos a Deus que no lo conservasse, mas Deus achou melhor chama lo a si, frei
Benedicto conformou se com a vontade divina com uma tranquilidade de espirito
que todos admiramos. Tendo feito o seu retiro espiritual, Frei Benedicto
recebeu no dia 5 deste mês a sagrada ordem de Diácono. Foi um dia de alegria em
casa. Eu me achava fora do convento pregando numa pequena missão. Quando voltei
dia 6 Frei Benedicto apresentou se radiante de alegria, agradecendo-me a
caridade de o ter apresentado ao Exmo. Sr Arcebispo D. J para a adoração.
Respondi
lhe que agradecesse a Deus a dita de já pertencer aos números dos diáconos da
Igreja, com Santo Estevão, São Lourenço, S. Eufrásio (Efraim?), e São
Francisco. Ele sorriu e pediu a benção. Como Diácono deu... A Santa Comunhão
para levar uma... há um doente. Na quarta feira dia 9 de abril começou a sentir
se incomodado.
No
dia seguinte manifestou se com uma febre que o vitimou com dor e espanto de
todos que o conheciam e já amavam aqui. O irmão enfermeiro, os superiores os
irmãos (?) tudo tentaram tudo fizeram para conservar lhe a vida. Fizemos
promessas sobre promessas, celebramos missas e prometemos outras às almas, mais
parece à febre atacou o coração. Até terça feira de manha tinha alguma
esperança, mas Frei Benedicto disse-nos que seu Deus o queria no céu.
Ele
mesmo pediu os santos sacramentos e os recebeu com a piedade e tranquilidade de
sempre. O irmão enfermeiro lhe havia dito que nos últimos tempos (desde 1912
para cá) não havia morrido nenhum religioso na Bahia. Frei Benedicto respondeu
sorrindo eu (?).
- Serei
o primeiro meu irmão. E é bom que eu vá agora. Agora é mais fácil, sou diácono,
com mais responsabilidade e tenho medo do sacerdócio.
-
Frei Benedicto quisera trocar com você!
-
Não meu irmão não troca com ninguém! “Fiat volutas Deu”
-
Vamos rezar Frei Benedicto para você ficar bom.
-
Sim, mas se Deus quiser (também está bom?).
O
Superior da casa, Frei Mauro, não mais se afastou da cama de Frei Benedicto.
Quando
fui vê lo pouco depois do meio dia e contar lhe quantas promessas eu tinha
feito por ele, ouviu e me beijou a mão.
Eu
esperava (...)? Contra toda a esperança...
Mas
o mal agravava se e às 6 horas da tarde o nosso querido Frei Benedicto foi
transferido para o céu.
Embora
desde a manha estivesse prevenido para receber este golpe não pude conter-me
diante da realidade de perder aqui o melhor de meus religiosos estudantes. Era
tão (?), tão humilde, tão amável e ajudava muito na direção da adoração Mariana?()
que ficaram sem sentidos.
Chorei
em soluços e só depois de algumas horas me Consolei com o pensamento de termos
mais um lá no céu que (Santo?). Frei Benedicto o era.
Lá
poderá fazer mais do que aqui em favor da nossa Província Franciscana de Santo
Antonio que tanto ele (apoiava/amava?).
Na
quarta feira de trevas, levamos o nosso querido Frei Benedicto ao nosso
cemitério que é próprio da nossa ordem onde descansa junto com 18 franciscanos
que já foram adiante preparar-nos um lugar no céu.
A
sepultura é perpetua e tratada para sempre com religioso cuidado. Nós
costumamos fazer com os nossos irmãos falecidos a mesma missa da quinta feira
santa. Ofereci por ele e depois já foram (...) serão celebradas.
Envio,
pois um abraço de condolências aos queridos pais e parentes do nosso saudoso
frei Benedicto e peço que se consolem em Jesus e Maria. Rezem por mim.
Fr. Eduardo Herberhold
Ministro Provincial”
Frei Benedicto morreu no em abril
de 1919 as 18:00 horas, provavelmente de febre amarela.
Foi enterrado dia 16. 04. 1919
Foi enterrado dia 16. 04. 1919
5/4 / 1919 – Recebeu ordem de Diácono
6/4 / 1919 – Levou hóstia a um doente
9/4 / 1919 – Sintomas da doença
20/4/1919 – Páscoa de 1919
Obs.: A PROVA DA CRUZ
A febre amarela que assolou os Estados da Bahia e de Pernambuco foi a prova da cruz pela qual passou Província Franciscana de Santo Antônio.
Os documentos históricos dão conta de que foram 14 as vidas ceifadas de jovens frades, entre 20 e 30 e poucos anos, nove na Bahia e cinco em Pernambuco. http://freimilton-ofm.blogspot.com.br/
A febre amarela que assolou os Estados da Bahia e de Pernambuco foi a prova da cruz pela qual passou Província Franciscana de Santo Antônio.
Os documentos históricos dão conta de que foram 14 as vidas ceifadas de jovens frades, entre 20 e 30 e poucos anos, nove na Bahia e cinco em Pernambuco. http://freimilton-ofm.blogspot.com.br/
Abaixo alguns dados de
Dom Eduardo Herberhold recolhidos na internet.
1°Bispo Auxiliar de Santarém -(1928-1931) – Governo de Dom Amando Bahlmann.
Nasceu em Lippstadt,
(Westfália) – Alemanha a 28 de junho de 1876.
Filho de Henrique e Tereza Utzel Herberhold. Faleceu em Salvador, Bahia em 24 de junho de
1939. Esta sepultado em Ilhéus na Catedral construída sob seu governo.
Ingressou
na Ordem dos Frades menores a 4 de maio de 1890. Somente depois de muitas orações
e meditações é que tomou a decisão de seguir a carreira eclesiástica
Chegou ao Brasil, (Recife-PE) a 10 de julho de 1894. Ordenado em Salvador, Bahia a 18 de agosto de 1895. Eleito Ministro Provincial, a primeira vez em 1913, a segunda em 1926.
Chegou ao Brasil, (Recife-PE) a 10 de julho de 1894. Ordenado em Salvador, Bahia a 18 de agosto de 1895. Eleito Ministro Provincial, a primeira vez em 1913, a segunda em 1926.
Nomeado
Bispo Titular de Hermópolis-Maior e Auxiliar do Prelado de Santarém a 7 de
janeiro de 1928. Sagrado Bispo em Salvador em 6 de maio de 1928. Tomou Posse
como bispo auxiliar em Santarém a 10 de setembro de 1928. Transferido para a
Diocese de Ilhéus a 30 janeiro de 1931.
Foi um dos
que trabalharam para a construção da Catedral. A construção da Catedral de São
Sebastião foi iniciada por ele, dando inicio ao fantástico projeto do arquiteto
Salomão da Silveira. A Catedral é o mais esplêndido templo Católico do Sul da
Bahia, com estilo eclético, religiosos, romântico e renascentista e a sua
inauguração ocorreu em 1967.
quinta-feira, 24 de maio de 2018
Não se come ouro nem papel
![]() |
Nesta foto meu pai não aparece pois minha "nonna" com 45 anos, estava gravida dele. |
A atual crise desencadeada com a greve dos caminhoneiros me fez
lembrar de uma historia de meu pai.
Ele era filho de camponês. Meu avo plantava sua “rocinha” e criava
vacas, galinhas e porcos.
Com isso ele fazia queijo, manteiga, salame e compotas. Uma boa
parte da sua produção era usada em casa para alimentar a família e o excedente
ele vendia nas feiras em Sondrio.
Meu pai contava que para ele era um tormento acompanhar meu avô
nestes dias de feira, pois ele detestava ver a atitude de alguns clientes que
provavam os produtos várias vezes e sempre criticavam: uns diziam que estava
muito salgado, outros diziam que estava sem sal e para esta “degustação” eles
usavam a unha para arranhar a manteiga para poder experimentar... Ele odiava.
Veio à guerra.
A escassez chegou às cidades e ele viu esses mesmo clientes
baterem a sua porta implorando por umas gramas de manteiga salgada, ou sem sal,
fresca ou rançosa.
Meu pai usava esta historia para nos ensinar que por mais rico que
um dia poderemos ser deve se valorizar o agricultor, aquele que planta, colhe e
cria, pois não se come ouro nem papel.
Lembrei-me desta historia, pois com essa greve estamos vendo o
pavor que as pessoas das grandes cidades ficam com a falta de
abastecimento...
Do que adianta ter o dinheiro se não tem comida?
Do jeito que a coisa esta nem mesmo o “aeroporto” é a porta de
saída, pois falta gasolina...
Só lembrei-me dele...
Só quis compartilhar.
(A propósito. Ele nunca quis ser camponês.
Veio para o Brasil e aqui começou a vida como motorista de caminhão)
sábado, 22 de abril de 2017
Infancia : Uma poesia de Manoel de Barros
![]() |
Eu e meus primos em Rodeio - SC - Eu sou o bebê sentado no banco... chorando. |
“Acho que o quintal onde a gente brincou é maior do que as
cidades.
A gente só descobre isso depois de grande.
A gente descobre que o tamanho das coisas, há que ser
medido pela intimidade que temos com as coisas.
Há de ser como acontece com o amor.
Assim as pedrinhas do nosso quintal são sempre maiores do
que as outras pedras do mundo.
Nada havia de mais prestante em nós se não a infância.
O mundo começava ali” ( Manoel de Barros)
Varde di nar in Chiesa !
Gostava e fazia questão que os filhos frequentassem assiduamente as
missas na Igreja da pequena cidade de Rodeio.
Um dia chegaram dois
imigrantes italianos na pequena cidade e foram em sua casa conversar com seus
filhos e um deles estava muito enrabichado por uma de suas filhas... Miriam.
Para testar esses forasteiros
ela deu um aviso :
- Varde di nar in Chiesa! (
Voces devem ir para a missa)
Ao que um deles já tinha a resposta
pronta para tal ordem (Vitor)
- Signhora. Il fum dele candelle
mi fa mal alle occhi.
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