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Esq p/ direita:Carolina Fiamoncini (Moser), Vittoria Sardagna (Fiamoncini). Rosa Fiamoncini (Sardagna) |
Meu trisavô “Giorgio Sardagna”, casado com Maria Cainelli, nasceu em um pequeno lugarejo chamado Cognola na província de Trento.
Em 1875 o casal imigrou para o Brasil (Rodeio) com seus filhos: Maria, Domenica, Vitória, Luigi e Tereza.
Vitoria ou a nossa “Nonna Vitória” se casou em Rodeio (Blumenau?) com Giovani Batista Fiamoncini e tiveram vários filhos entre eles a Nona Carolina e a Tia Rosa (Nona Rosa) mãe da Lili que me confirmou essa historia que passo a relatar.
Em meados do século XIX inúmeras doenças (malattie) acometiam e sacrificavam a população da “frazione di Cognola”. Segundo relato da Lili, uma das doenças que mais atemorizava os habitantes da região era a “pontura” (1) pois ela fazia inumeras vitimas.
A “história” é que um belo dia o menino Giorgio (meu trisavô) foi encontrado desfalecido e todos acreditaram que ele estava morto. (2)
Como era costume local colocaram o pequeno corpo em cima da mesa de jantar da família para o velório. Em volta da mesa, mulheres e homens choravam, rezavam e aguardavam a hora do enterro. As velas tremulavam ao lado do pequeno corpo.
As horas se passaram e já se preparavam para enterrar a criança quando alguém pediu que se esperasse um pouco mais para dar tempo da madrinha do menino chegar e se despedir do afilhado. Era o costume !
- No dá per spetar neolim? (Não dá para esperam um pouquinho?).
Resolveram esperar até que a madrinha de Giorgio chegasse!
Por fim, quando a madrinha chegou, ela imediatamente foi se despedir do afilhado. Ao chegar perto do pequeno corpo que estava em cima da mesa ela o beijou e assustada falou:
- Ma comare, lel dreu che il tira il fiá! (Comadres! Ele esta puxando a respiração!).
Provavelmente, um pouco assustada mas cheia de esperança a madrinha pega um pequeno espelho e coloca sob o nariz da criança...
O espelho ficou embaçado.
Giorgio estava vivo!
Bem, acho que não preciso dizer que depois de um tempo "Giorgio" se recuperou; caso contrario, nós, não estaríamos por aqui...
Tambem não sei que mal o acometeu...
Se alguém souber algo a mais sobre esta história eu peço : me contem !
(1) - Segundo me relatou a Lili, uma das doenças que mais atemorizava os habitantes da região era a “pontura”. Apesar dela não saber o que era a “pontura” na pesquisa que fiz encontrei a seguinte citação:
“Mal mortal, “Febre mal de “pontura” – Pleurite devida a uma infecção pulmonar”.
Não tenho certeza se era isso. Pode ser que a tal pontura se refira tão somente a temida “mordida de carrapato” e a transmissão da “febre maculosa” que ainda causam medo em pleno século XXI.
Fonte: http://www.ispf.cnr.it/system/files/download/testionline/AntropologiaeScienzeSocialiaNapoli.pdf(“... «i mali mortali»... febbre da mal di pontura [pleurite dovuta a infezione polmonare
(2) - Este relato é fruto de conversas que tive com Lili e com minha mãe, Miriam. Minha mãe contava essa historia como se tivesse acontecido com a Nonna Vitoria (filha de Giorgio). Depois, conversando com a tia Cema ela lembrou que quando a Nonna Vittória morreu não foi comentado essa passagem na vida dela.
- Doris, se esse fato tivesse acontecido com a Nonna Vittória, quando ela faleceu, nas conversas ao lado do fogão, com certeza alguém teria comentado e eu me lembraria.
Perguntei então para a Lili, pois a Nona Vittória morreu na casa da mãe dela. Ela então lembrou que a Tia Rosa contava essa historia, mas que o fato tinha acontecido com o pai da Nonna Vittória: Giorgio Sardagna. 09/2016
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