quinta-feira, 8 de janeiro de 2015

Não se come ouro...

Meu pai me contou...

Ele nasceu na Italia, antes da segunda Guerra Mundial e chegou a participar dela.

Ele era filho de camponeses e  faziam seus queijos, seus vinhos, seus salames, sua manteiga com o leite que tiravam das vacas e das cabras.  Plantavam e colhiam, cardavam, teciam e tingiam a lã. Do que sobrava faziam compotas para guardar para o tempo do inverno.

 A manteiga e o salame eles vendiam na feira da cidade.

 Ele me contou que antes da guerra ele ia vender a manteiga na feira e as "senhoras mais ricas" chegavam para comprar e queriam experimentar a manteiga... Ele contou que sentia nojo, pois as "ricas senhoras", raspavam sua longa unha na manteiga e colocavam na boca para sentirem o sabor. Depois criticavam: ora insonsa, ora salgada, ora passada, ora sem gordura... Nunca estava boa.

 Na verdade era uma artimanha para baixar o preço... 

Bom, eis que chega a Segunda Guerra Munidal e com ela a dificuldade de se encontrar alimentos.

 As mesmas senhoras que antes criticavam, agora batiam na porta da casa dele para pedirem "pelo amor de Deus"  qualquer pedaço de manteiga, salame, queijo ou compota... estavam sem ter do que se alimentar... 

Como ele dizia : Não adianta ter ouro se não se tem o que comer... não se come ouro !

Não ´é ?

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